A norma NR17 do Ministério do Trabalho brasileiro determina que a temperatura em ambientes como escritórios fique entre 20°C e 23°C, mas nem sempre é o que acontece em ambientes compartilhados de trabalho. A briga pelo controle do ar-condicionado costuma ser diária e – nesse cabo de guerra – na maioria das vezes, quem sofre mais são as mulheres.
O problema vai além do conforto térmico. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia e do Centro de Ciências Sociais de Berlim WZB, as temperaturas baixas podem afetar a produtividade das mulheres, que – no geral – mais sofrem com o frio.
O estudo foi feito com 500 estudantes e analisou as diferenças no efeito da temperatura no desempenho cognitivo por gênero. O experimento descobriu que os efeitos variam significativamente entre homens e mulheres.
As mulheres apresentaram um desempenho significativamente melhor em tarefas matemáticas e verbais quando a temperatura estava mais alta. Nas mesmas condições, não foi verificada uma redução significativa de produtividade dos homens.
Isso significa que a relação entre temperatura e rendimento é mais significativa entre as pessoas do sexo feminino do que as do sexo masculino.
Com isso, os pesquisadores sugerem que os locais de trabalho mistos de gênero poderiam aumentar a produtividade dos funcionários, definindo uma temperatura mais alta no ar-condicionado que os padrões atuais recomendados.
“Os gestores deveriam começar a prestar mais atenção à temperatura do escritório. Devem escutar o que dizem seus funcionários e levá-los a sério, já que isso tem um efeito significativo na produtividade”, afirma Agne Kajackaite, uma das autoras do estudo.
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